LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
O Mesmo Bicho
Denise Dos Santos Flores
Alvorada/RS
Faça-se um exame em um homem de pele branca e um de pele negra e o que se
constata? A mesma estrutura óssea, as mesmas vísceras, músculos, órgãos, tudo
igual. Ambos sentem dor do mesmo jeito, o cérebro funciona da mesma forma,
tem as mesmas emoções, são idênticos! Ora mas porque não seriam? Ambos são
animais da mesma espécie! O mesmo bicho! O bicho homem!
Porque raios então alguns homens brancos se julgam superiores, melhores do
que homens negros? Perguntinha incômoda esta, mas com certeza necessária.
Creio que seja uma questão educacional. As crianças no passado eram ensinadas
desde os primeiros anos de vida a fazerem uma distinção, uma separação entre
brancos e negros e cresciam assim, preconceituosas por educação! Daí o fato de
algumas pessoas que hoje estão em idade mais avançada serem racistas. Claro
que não somente os mais velhos, o racismo ainda se faz presente em todas as
faixas etárias. Situação essa que felizmente está mudando. As crianças hoje são
educadas para sentirem-se exatamente como são: iguais! Cabe, portanto a nós,
pais, educadores e sociedade em geral, continuarmos fazendo nossa parte para
que este cenário continue mudando, até que se viva em uma realidade em que a
palavra preconceito faça parte apenas de um triste e lamentável passado. O
racismo ainda existe em nosso meio, em menor escala é verdade e quero crer
que caminhamos para sua extinção. Chegará o dia em que nos espantaremos por
ele um dia ter existido. Que o veremos como fruto da ignorância e bestialidade
de outras épocas.
A tristeza do negro no passado era a escravidão. O chicote, a senzala, os
castigos. A tristeza era não ter quase nenhum direito. Hoje a tristeza é ainda ser
vítima de racismo, é constatar que a pobreza do país é formada muito mais de
negros do que de brancos, é saber que crianças brancas têm mais chances de
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