LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
Avessos e Direitos da Emília
Amélia Luz
Pirapetinga/MG
Ela saiu de duas mãos negras, quase carregando a sua canastra, (seu
escravas, tesouro),
e de um sorriso meigo num rosto de cheia de bugigangas que vai
África, Nastaça! recolhendo
Alguns trapos coloridos quando nas suas muitas atrapalhadas.
os cabelos em algodão negro desfiado Não se sabe se é gente ou boneca,
e macela perfumada para rechear. levada da breca é temida por todos
Assim nasceu a extravagante Emília, vivendo a fantasia da sua criação.
muda, olhos arregalados de retrós! Figurinha surreal centraliza as
Uma dose de pílula falante desembesta atenções
a falar, esbanjando suas asneiras com
autoritária, arrogante e birrenta! convicção!
Malcriada e teimosa é egoísta, Suas histórias são cheias de mistérios
muito esperta nas suas estripulias... que vão além da imaginação...
Tirana e interesseira observa tudo Assim, vive a liberdade ao sabor da
tão pequenina como toda boneca de sorte,
pano. Recriando a alegria da vida do folclore
Anda pelos arredores à cata de rural
novidades No mundo encantado de Monteiro
Lobato.
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