LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
Um Dia Só
Cristiane Cunha Bezerra
São Paulo/SP
Já são quase meio-dia
E a cama segue ainda
Desarrumada, aflita,
Olho pra ela
Que me diz:
Leia Virginia Woolf, Clarice ou fique
No doce açúcar de meninices poéticas
Tatiana Belinki
Estou um tanto perdida
A roupa já está lavada
E elas também me olham
Por que as guardo?
Já nem me servem!
Já é mais de meio-dia
E as panelas sujas na pia,
É hora de aprontar a comida,
E a alma, que eu faço contigo?
Lavo, passo, perfumo e guardo
Ela não aceita, implica, grita e berra,
E eu dito, sossega!
Qual nada, ela nem se afeta.
Corre feito louca por cada
Canto da casa,
Nem se importa com a bagunça
Reflexo,
Espera,
Água cristalina
Há de chegar.
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