LiteraLivre nº 2
da brincadeira e numa fração de segundos ergueu-se da cadeira
lembrando-se de regar a horta.
O sol se punha mais rápido naquela estação menos quente, e a
mulher enveredou-se pelo quintal determinada a concluir logo a
empreitada.
Não saía do seu pensamento a nova aquisição. Buscou na memória
algum número para o qual pudesse ligar, sem resultado. Enumerou seus
velhos conhecidos, de outras regiões do país, e nada. Encontrou
dificuldades para estrear o telefone, e já não era mais a ausência de
tecnologia. Enquanto voltava para o interior da casa, refletiu sobre seu
isolamento.
O celular estava à mesa. Ao seu alcance. Ligado com a bateria
necessária. Inútil para Maria. Quem sabe dali alguns dias descobriria um
número conhecido para ligar. A mulher cansada – pensativa – recostou
seu corpo em sua mobília ouvindo tão somente a própria respiração.
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