Revista LiteraLivre 2ª Edição | Page 90

LiteraLivre nº 2 campo de visão da câmera, mas não sem deixar rastros de seu DNA na cena do crime. Todavia o Noah detido recusava-se a acreditar naquilo. Ao ser recebido por seu advogado argumentou que tudo deveria ser uma trama o qual armaram para ele afim de impedir seu ativismo contra a iminente ciência intemporal. Mas aquilo não convenceu, em poucas semanas Noah fora julgado e condenado a ir para a prisão passadina em remotos tempos pré-históricos. Conduzido por dois policiais seu advogado lamentou o caso uma vez que todos seus esforços legais não surtiram efeito ante as irrefutáveis evidências, mas Noah jurava inocência o que tão logo passou a ser encarnando entre os demais condenados a serem transferidos como o bordão predileto de todos eles. Naquele dia os homens foram conduzidos doravante a área de transferência dimensional, um enorme e luminoso saguão o qual uma imponente máquina prendia os condenados em cadeiras até que fossem translocados até seu lugar de repouso final como exilados dimensionais de seu mundo. Havia uma plateia e testemunhas que verificavam a transferência enquanto num grande telão eram exibidas imagens dos condenados e seus respectivos crimes num tom de humilhação coletiva. Noah fora levado lentamente pelo corredor atrás dos demais condenados até chegar aquele saguão quando vira a oportunidade de sua vida. Um guarda parecia relaxado com uma arma em seu coldre enquanto cruzava os braços. Sem pestanejar, Noah ainda que algemado saiu da fila e com envoltura pulou sobre o guarda pegando-lhe a arma. 84