LiteraLivre nº 2
Palavra nata e inata de ser
Gabriela Ávila
Macapá/AP
Palavra abafada
Pelo sim, pelo não: o talvez; sufocadas
Perto de mim, incitadas
Pelo fulgor de querer fluir pelo nada
Palavra sem rédea
Vem como e quando quer, sem média
Rebeldes rebentos sem trégua
Descompassadas, sem medidas, sem réguas
Saem do inconsciente, cruas
De humor inconstante, de lua
Atropelam na mente as ruas
E se expondo em papel sem pudor, nuas
Não as escolho, tampouco elas devem escolher a mim
Só as lapido, enriqueço seu fim
Traduzo em palavra, o assim e o enfim
Liberto a enxurrada: é o grito do sim
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