Revista LiteraLivre 2ª Edição | Page 104

LiteraLivre nº 2 Um vago solilóquio Léo Ottesen Rio Grande/RS Um vago solilóquio me enleva pela deserticidade. Ruas de pedra e terra e asfalto. Salto do gato. Brilho de estrelas. E a companhia sempre presente da ausência. A lua se cala diante da minha incompreensão. E da minha reação atônita e exata. Como se o silêncio sepulcral não fosse algo banal. Como se eu esperasse alguma resposta quando em verdade eu nem pergunto nada. E o que diria, se eu perguntasse, o astro? Haveria respostas à consciência desperta ou ao descontentamento incerto? Ou haveria outro questionamento cego: por que conversas com uma rocha, poeta? É preciso questionar frequentemente nossa própria sanidade [assim como a nossa existência. www.facebook.co m/leo.ottesen 98