LiteraLivre nº 2
campo de visão da câmera, mas não sem deixar rastros de seu DNA na
cena do crime.
Todavia o Noah detido recusava-se a acreditar naquilo. Ao ser
recebido por seu advogado argumentou que tudo deveria ser uma trama
o qual armaram para ele afim de impedir seu ativismo contra a iminente
ciência intemporal. Mas aquilo não convenceu, em poucas semanas Noah
fora julgado e condenado a ir para a prisão passadina em remotos
tempos pré-históricos.
Conduzido por dois policiais seu advogado lamentou o caso uma
vez que todos seus esforços legais não surtiram efeito ante as
irrefutáveis evidências, mas Noah jurava inocência o que tão logo passou
a ser encarnando entre os demais condenados a serem transferidos
como o bordão predileto de todos eles.
Naquele dia os homens foram conduzidos doravante a área de
transferência dimensional, um enorme e luminoso saguão o qual uma
imponente máquina prendia os condenados em cadeiras até que fossem
translocados até seu lugar de repouso final como exilados dimensionais
de seu mundo. Havia uma plateia e testemunhas que verificavam a
transferência enquanto num grande telão eram exibidas imagens dos
condenados e seus respectivos crimes num tom de humilhação coletiva.
Noah fora levado lentamente pelo corredor atrás dos demais
condenados até chegar aquele saguão quando vira a oportunidade de
sua vida. Um guarda parecia relaxado com uma arma em seu coldre
enquanto cruzava os braços. Sem pestanejar, Noah ainda que algemado
saiu da fila e com envoltura pulou sobre o guarda pegando-lhe a arma.
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