LiteraLivre nº 1
Coluna CULTíssimo
Um dos primeiros indícios da extinção de
uma raça é a incapacidade de se reproduzir,
ao longo dos anos, devido a destruição do
meio ambiente, o desmatamento, a caça
predatória, os despejos químicos e o
crescimento desenfreado das cidades,
centenas de animais e plantas foram
4
extintos. Mas e se o mesmo acontecesse
com os seres humanos? A cada dia se
descobrem novos vírus e bactérias que vão
afetando os genes e deixando graves
sequelas; a infertilidade é uma delas. Já
imaginaram como seria sombrio e sem
propósito um futuro sem crianças? Sem
bebês, sem a vivacidade infantil, sem novas
mães, sem amanhã?
Em “Filhos da Esperança”, dirigido com
perfeição pelo diretor mexicano “Alfonso
Cuarón”
(Gravidade, Harry Potter e o
Prisioneiro de Azkaban) essa é a realidade
do mundo em 2027, onde o ser humano
mais jovem acaba de falecer aos 18 anos,
causando consternação num mundo
devastado pela violência, as guerras e a
miséria, numa Inglaterra de caos e
desigualdade. É nesse futuro onde a
humanidade vislumbra sua breve extinção,
que vive “Theodore Faron” (Clive Owen), o
“Theo” ,como é conhecido, ex-ativista e
agora burocrata, um homem desiludido e
devastado pela morte do filho; que ao voltar
para casa cansado da hipocrisia gerada
pela mídia devido a morte do último jovem
da Terra, é sequestrado por um grupo de