LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020
Carlos Jorge Azevedo
Santa Marinha do Zêzere – Baião – Portugal
Terramoto
Qualquer dia e a qualquer hora
Será o pânico total…
O céu toldar-se-á
A confusão irromperá
O ruído aterrador agigantar-se-á
Abrir-se-ão enormes brechas
Nos recintos ora sólidos e acolhedores,
Muitos serão engolidos em segundos
Outros restarão em agonia…
Eis a imagem da desolação
De um mundo apanhado distraído,
Os sobreviventes serão memória torturada
Do terramoto a que assistiram
Recordar-nos-ão que a vida pouco vale
Perante a natureza revoltada,
Escrever-se-ão compêndios sobre o sucedido
Que atirarão para a frente
Mil explicações sobre o fenómeno,
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