Revista LiteraLivre 18ª edição | Page 87

LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019 Guilherme Luz Rio de Janeiro/RJ Sorte da morte Sento-me no banquinho Aquele mesmo do passarinho Que levou meu recadinho. Ando cansado pela falta de esporte Aguardo, fumando, à espera da morte. Se o passarinho voltar, terei muita sorte. Será que ele volta antes da minha morte? Aonde foi essa ave de pequeno porte? Teria ele vivido a própria morte? E há quem diga que amor é sorte. Apago a palha do cigarro Cof, cof, cof. Escarro. Levanto-me do banquinho Depois eu volto para espreitar o passarinho Sinto-me Severino, Flagelado nordestino, Caçador sertanejo da sorte, Preso entre a vida e a morte. Tem certeza que amor é sorte? Sorte tem mesmo a morte, que consegue todos que deseja do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Que sorte tem a morte. Instagram: @genteprecisofalar [84]