Revista LiteraLivre 18ª edição | Page 199

LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019 contrário dos humanos, não matavam por prazer ou para acumular, mas sim para sobreviver. E estavam cansados dos humanos falar por eles. Querem seu lugar de fala. Ser respeitados por quem são e não serem usados como vilões nas histórias humanas. Mas foi só os humanos tomarem conhecimento disso, que cassaram o seu Lobo e a dona Raposa, os mataram e fizeram casacos com suas peles, colares com seus dentes. Tocaram fogo na floresta onde o lobo e a raposa viviam, só que perderam o controle do fogo, que acabou saindo da floresta para as plantações, chegando nas suas casas, reduzindo tudo a cinzas. Os humanos juntaram o pouco que sobrou em trouxas e começaram a caminhar pela estrada, sem saber para onde ir. Um pai viu que a pequena filha carregava a pele do lobo e a perguntou se ela queria que ele fizesse um belo casaco para ela. A menina respondeu: - Não! É para quando eu for adulta, lembrar que quando fazemos mal a natureza, agredimos nós mesmos. [196]