LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Thiago Henrique Fernandes Coelho
Uberlândia/MG
A raposa, o lobo e a menina
A dona Raposa e o seu Lobo ficaram com depressão de tanto serem
retratados nos contos e fábulas como personagens maus, e por isso, serem
hostilizados na floresta. Então, cada um foi fazer terapia com o doutor
Tamanduá, pois queriam entender o motivo disso, deles sempre serem colocados
como vilões. Afinal, eles só queriam levar a vida sossegados na floresta.
Doutor Tamanduá vendo os dois casos similares, decidiu fazer uma terapia
em grupo, pois viu que um poderia ajudar muito o outro.
Dona Raposa achou aquilo muito estranho, pois tinha ouvido histórias
tenebrosas do seu lobo, que ele comia vovozinhas e cabritinhos, perseguia
meninas de capuz vermelho, e tantas outras barbaridades. Ficou com medo de ir
no encontro. Vai que ele também come raposas? Pensou a dona Raposa. Mas foi
convencida pelo doutor Tamanduá que tudo se daria na mais alta segurança,
palavra de tamanduá.
Seu Lobo ficou com o pé atrás desse encontro, pois já ouviu dizer que a
raposa era muito experta e trapaceira, que vivia a “passar a perna nos outros”.
Vai que ela me engana também? Mas como sempre, doutor Tamanduá fez suas
ponderações e o seu Lobo cedeu aos argumentos dele.
Após a primeira sessão, ambos viram que nenhum dos dois era aquilo que
falavam por aí. Então, decidiram se unir para combater as “fake news”
espalhadas sobre eles pelo mundo. Criaram o movimento #naosomosviloes.
Dona Raposa, muito esperta como só ela, criou um canal no Youtube, para falar
sobre a causa. Explicaram que eles precisavam sobreviver e por isso usavam sua
inteligencia, assim como os humanos. Ressaltaram que não comiam carne por
escolhar própria, mas porque era uma característica da sua espécie. Mas ao
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