Revista LiteraLivre 18ª edição | Page 155

LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019 Maria Ioneida de Lima Braga Capanema/PA Vim falar de mim Nas páginas em branco da linha do tempo. Rabisco traços. Sou curvas, sou busca, sou a insistência. E das entrelinhas sou a interrogação. Quando as palavras calam. Seguem os ventos em rotação. Minha rotina, renasce, ressurge. Vem de meus sentimentos mais puros. Abraço o sol que entra pela janela do escuro, e fujo do homem mau. Sou faca que descasca as cascas da pele. E da escada sou o próximo degrau. Estou entre a grandeza e a pureza. Nunca presa em nada que me acorrente. Ou me faça contrária aos meus princípios. Se grandes coisas ainda não tenho feito. Vou tentando, e espero. Creio no amor como a origem de tudo. Nele me agiganto, me admiro e me supero. Ponho fé na corrente humana. Tenho certeza de que nada está perdido, e mesmo que relute, Procuro não me afastar da razão. Sempre que posso renasço, renovo-me. E pratico a compaixão. O amor cura a minha indiferença. Dá-me resiliência e embala-me as canções. O amor enraizou a minha árvore. Só o amor quebra as cascas do meu caule. Com o amor aprendo grandes lições. [152]