LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Maria Ioneida de Lima Braga
Capanema/PA
Vim falar de mim
Nas páginas em branco da linha do tempo.
Rabisco traços.
Sou curvas, sou busca, sou a insistência.
E das entrelinhas sou a interrogação.
Quando as palavras calam.
Seguem os ventos em rotação.
Minha rotina, renasce, ressurge.
Vem de meus sentimentos mais puros.
Abraço o sol que entra pela janela do escuro,
e fujo do homem mau.
Sou faca que descasca as cascas da pele.
E da escada sou o próximo degrau.
Estou entre a grandeza e a pureza.
Nunca presa em nada que me acorrente.
Ou me faça contrária aos meus princípios.
Se grandes coisas ainda não tenho feito.
Vou tentando, e espero.
Creio no amor como a origem de tudo.
Nele me agiganto, me admiro e me supero.
Ponho fé na corrente humana.
Tenho certeza de que nada está perdido, e mesmo que relute,
Procuro não me afastar da razão.
Sempre que posso renasço, renovo-me.
E pratico a compaixão.
O amor cura a minha indiferença.
Dá-me resiliência e embala-me as canções.
O amor enraizou a minha árvore.
Só o amor quebra as cascas do meu caule.
Com o amor aprendo grandes lições.
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