LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Luís Amorim
Oeiras, Portugal
A ceia do bispo
É posta a mesa
Com agradável certeza
Na esperada afluência
Dos ilustres representantes
Da terra onde a vivência
Se faz com reverência
Agora como antes
Ao bispo que ilumina
Toda a gente fina
Em seus privilégios
E outra sina
Nos menos egrégios
Em posses visuais
Mas com seus laborais
Contributos essenciais.
É hora de ceia
Na mansão bispal
E tanta candeia
Tem percurso final
Para dar participação
Com sua devoção
Pelo bispo aclamado
Por ser de bom trato
Com todo o povoado
Que não leva prato
Nem qualquer oferenda
Esperando haver merenda
Ou algo que se coma
Em ceia que se soma
Na lista de faustosos eventos
Onde existirão assentos
Espera-se, para todos
Os que terão modos
Tão disciplinados
Previamente solicitados
Para haver boa figura
Sem constante rasura
Em ser que embarace
E dessa forma mace
O bispo atencioso
Com manjar vistoso
No cear mais saboroso.
Tudo pronto
E chegam convidados
Finalmente avistados
Como os primeiros
Que eu conto
A pedido do bispo
Em escritos certeiros
Que bem avisto
Como tarefa fácil
Pois aos mil
Não se chegará
Disse eu a sorrir
Em conversa de descontrair
Com o bispo a anuir
No exagero que não passará
Dali, pensámos nós
A uma só voz.
Entram duquesas
E outras realezas
Nobres e frades
Com suas vontades
De apetites vorazes
Ao passo que os ases
Das corridas de circuitos
Como príncipes de muitos
Também aparecem
Sem que neles tropecem
Pelo menos por enquanto
À procura de canto
Para autógrafo dado
Quando tal for solicitado.
Membros paroquiais
E conselheiros coloquiais
Chegam com antecipação
Aos deputados que na eleição
Última em consideração
Se tornaram vitais
Para os problemas locais
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