LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Quando chego na cozinha eu percebo que meus pais tinham escutado eu
chegando, já virados pra mim eu percebo um olhar assustado em seus olhos,
eles não conseguiam esconder que sangue escorria por suas pernas e coxas
também: “Nós já acionamos a polícia filho, não se preocupe.” Ouvimos batidas na
porta que pareciam com a ponta de uma faca. Meu pai foi devagar atender,
segurando uma toalha em suas nádegas, eu fui junto com ele porque não queria
ficar sozinho em nenhum momento.
Quando atendemos à porta tinha um boneco. Aquele maldito boneco
segurando uma faca imunda de sangue com uma cesta repleta de pedaços de
carne pequenos e grandes, todos misturado com algodão sujo, moscas estavam
fazendo um banquete com aquilo. Quando eu me abaixo pra pegar aquela merda
e jogar longe, vejo que tem um bilhete em baixo da cesta, e quando leio, meu
corpo estremece por inteiro...
“Bom apetite, amiguinho.”
[116]