Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 63

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 Criança não entende o que não se explica, e adultos só entendem o que eles conseguem explicar João Vitor Andrade Viçosa / MG Era um dia normal, desses de férias escolares e como sempre, estava encarregado de tomar conta de meus sobrinhos. Vale destacar que eles são bastante curiosos e sempre questionam todas as coisas nos mínimos detalhes, confesso que acho bacana, me sinto muito inteligente na presença deles, por vezes ouço um deles proferir a frase: “ré ti Jão, você é mesmo inteligente”! E ai, conversa vai, conversa vem, caímos na temática MORTE, a mesma me é familiar, porém, sempre à evito, pois sinto que muitas pessoas não estão preparadas, e sempre se esquivam ou encerram o diálogo. E tratando-se de crianças, nunca iria sugerir dialogar sobre a temática, pois acredito ser um tema delicado e bem complexo, sendo necessário uma vivência real, para uma melhor compreensão. Mas, nesse dia foi diferente, o gatilho do assunto era um suicídio que havia acontecido em nossa pequena cidade, então os garotos começaram questionar! E as perguntas mesmo que muito curtas e simples, me renderam um bom tempo de explicação e didática. 1 . “Ti Jão, o que é suicídio?” - É quando a pessoa se adianta e ao invés de esperar a morte chegar, ela vai até a morte. Sabe, imagina vocês vindo da roça, vocês sabem que vai ter um ônibus né, e que existe um horário para esse ônibus passar, mas só que vocês estão com muita pressa e então pegam um taxi ou vem de carro, antes do horário do ônibus. 60