LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
Os passageiros
A.Luper
Lupércio/SP
Entro no ônibus,procuro por um lugar,confortável e na rota de fuga,próximo a
porta.
O ônibus sai.
As pessoas entram e tomam seus assentos,ao meu lado meu companheiro de
olhos fechados,dormindo com certeza.
Não percebe a variedades de pessoas e situações,na verdade meus pensamentos
já sobrevoavam a atmosfera do ambiente desde a fila antes do coletivo
estacionar,na plataforma.
A nossa frente duas moças,calças pretas coladas ao corpo,marcavam cada curva
delas.
Sim,ambas usavam calças iguais,as unhas pintadas de preta,mal podiam tocas a
tela do celular,com mini blusas que deixavam seus seios volumosos em
evidência,talvez fossem silicones,não sei,desconheço tal procedimento.
sim eu sei eu deveria estar cuidando da minha vida,mais eu tenho certeza que
eram colegas de trabalho.
Sim,eram prostitutas.
O ônibus estaciona na plataforma,o motorista não tem habilidades nenhuma para
manobrar o gigante de quatro rodas.
-Este deve ser iniciante. –comenta um senhor que esta na fila atrás de mim,mais
não dou muito assunto.
A fila anda,confiro o dinheiro,a passagem custa seis reais,e trinta e cinco
centavos,no total de doze reais e setenta centavos,separo algumas moedas,para
facilitar o troco.
Entramos e nos sentamos.
As colegas também entraram e sentaram alguns bancos a nossa frente.
Atrás de nós a mais um passageiro,é homem.
Escolhi o assento perto da porta,pois eu sempre imagino que algo vai
acontecer,assim fica mais fácil para fugir,os outros passageiros escolhem seus
lugares,barulho de moeda,o cobrador passando os trocos.
Todos entram.
Os últimos a entrar são uns senhores,o homem briga com a mulher que não quer
sentar ao seu lado no fundo,prefere sentar-se em um banco preferencial que esta
vazio logo mais a frente,próximo das colegas de trabalho,com os seios
vultosos,os olhos masculinos já os notaram de longe.
A mulher se incomoda e troca de lugar,vai mais para frente perto do cobrador
que não tira os olhos dos seios das colegas de trabalho,e ele vendo de
camarote,penso eu.
As colegas mexem nos celulares,com as unhas pintadas de preto,seus cabelos
agora cobrem os seios,charme talvez?
O ônibus sai do terminal urbano,pega a rodovia e corre,cada vez mais veloz.
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