Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 177

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 tentar fazer a diferença. Cada um com um potencial, com dinâmicas totalmente diferentes, com percepções tão diversas, mas com único foco. Viajar, admirar as paisagens e tentar prever o que o destino tinha reservado. Mesmo no aeroporto, perceber a empolgação de outras equipes e se encantar com tantos rondonistas, e tanto entusiasmo. Como alguém de tão longe poderia ser tão útil e realmente fazer a diferença? Chegar a um quartel, enfrentar a rotina rígida, se adequar as normas e se colocar no papel de um militar. Um aluno, um civil, mas com responsabilidade e rigidez de um militar, que tinha uma missão a ser cumprida. Ser apresentado a uma babá, um militar, que atendia por Anjo. Um vigia, que deveria fazer a escolta e garantir a proteção dos rondonistas. Uma sombra, que seguiria aos rondonistas e estaria ali sempre a disposição, para quaisquer eventualidades. Integrar a outra equipe, representar um município, fazer parte de uma só peça do projeto. Unir conjuntos de atividades e encantar toda uma comunidade. Lidar com novas pessoas, ainda mais distintas, com características tão diversas, costumes, gírias e até mesmo ideias totalmente contraditórias, que deveriam se unir. Por fim perceber que a conciliação e integração dessas equipes seria um ponto crucial para sucesso da operação. Realidade A expectativa aos poucos foi se tornando realidade. Desde o primeiro encontro entre as equipes que iriam operar no município fez florescer uma união. Pessoas tão distintas, alunos dos mais diversos cursos, com experiencias e realidades tão contraditórias, se tornavam aos poucos uma só equipe. Como pessoas tão diversas, com diferentes opiniões poderiam ser capazes de transformar uma cidade? Chegando a cidade uma nova realidade, muito além do previsto. Cultura, jeitos, hábitos, manias, gírias e comidas. Como não se impressionar com frutos tão diferentes, sabores, ácidos, doces e amargos. Alguns de nós comparavam sempre, “isso se parece com ...”, sempre dividindo opiniões. Para uns frutos maravilhosos, para outros sabores horripilantes. Para a população local, surgiam pessoas de tão longe, com sotaques tão diferentes que os fazia rir. Nossas gírias aos poucos foram se misturando, e nossas oficinas se tornaram um verdadeiro momento de troca. 174