LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
tentar fazer a diferença. Cada um com um potencial, com dinâmicas totalmente
diferentes, com percepções tão diversas, mas com único foco.
Viajar, admirar as paisagens e tentar prever o que o destino tinha reservado.
Mesmo no aeroporto, perceber a empolgação de outras equipes e se encantar
com tantos rondonistas, e tanto entusiasmo. Como alguém de tão longe poderia
ser tão útil e realmente fazer a diferença?
Chegar a um quartel, enfrentar a rotina rígida, se adequar as normas e se
colocar no papel de um militar. Um aluno, um civil, mas com responsabilidade e
rigidez de um militar, que tinha uma missão a ser cumprida.
Ser apresentado a uma babá, um militar, que atendia por Anjo. Um vigia, que
deveria fazer a escolta e garantir a proteção dos rondonistas. Uma sombra, que
seguiria aos rondonistas e estaria ali sempre a disposição, para quaisquer
eventualidades.
Integrar a outra equipe, representar um município, fazer parte de uma só peça
do projeto. Unir conjuntos de atividades e encantar toda uma comunidade. Lidar
com novas pessoas, ainda mais distintas, com características tão diversas,
costumes, gírias e até mesmo ideias totalmente contraditórias, que deveriam se
unir. Por fim perceber que a conciliação e integração dessas equipes seria um
ponto crucial para sucesso da operação.
Realidade
A expectativa aos poucos foi se tornando realidade. Desde o primeiro encontro
entre as equipes que iriam operar no município fez florescer uma união. Pessoas
tão distintas, alunos dos mais diversos cursos, com experiencias e realidades tão
contraditórias, se tornavam aos poucos uma só equipe. Como pessoas tão
diversas, com diferentes opiniões poderiam ser capazes de transformar uma
cidade?
Chegando a cidade uma nova realidade, muito além do previsto. Cultura, jeitos,
hábitos, manias, gírias e comidas. Como não se impressionar com frutos tão
diferentes, sabores, ácidos, doces e amargos. Alguns de nós comparavam
sempre, “isso se parece com ...”, sempre dividindo opiniões. Para uns frutos
maravilhosos, para outros sabores horripilantes.
Para a população local, surgiam pessoas de tão longe, com sotaques tão
diferentes que os fazia rir. Nossas gírias aos poucos foram se misturando, e
nossas oficinas se tornaram um verdadeiro momento de troca.
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