LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
— O conde aprecia sua amável decisão e não se esquecerá dela, mantendo
sólida sua amizade com o senhor. — agradeci-o, mais a seu orgulho, que salvou o
conde, que a ele próprio.
— Estou semprrrrre à disposição de meu senhorrrrr, e me é prrrrrazer
inarrrrrável fazerrrrr negócio com ele. Que os santos protejam-no em seu
caminho, secrrrrretário. — despediu-se agradavelmente de mim.
A orgulho é a cabelereira que tampa a soberba dos banqueiros, e é esta
que pensa e distribui luxúria, como um coração que bombeia desgraças, que não
são da minha alçada, mas as que geram catástrofes no condado são da conta até
dos mendicantes.
Retornando ao Palácio d’Artois vi o conde brincando com os filhos no
jardim, como pode recair àquele homem tão desvairado, nascido para taberneiro
— ou pior, bêbado — a responsabilidade do coração financeiro da França ? E o
que seria do Conde sem o ministro o pondo nas rédeas ? E pior, que seria do
ministro sem seu secretário olhando os pormenores dos documentos ?
Disto tudo só penso: de onde vem o poder e quem o mantém ?
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