LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
invés de torcer pro alviverde, enquanto empurravam “só mais um cannoli, perfavore”. Outras
vezes gosto de olhar para os seus olhos verdes-ibirapuera, de olhar pelo espelho suas
curvas e esquinas de poesia concreta, do salgado que molha sua boca da garoa de sua
solidão. Ás vezes fica estressada como um fim de tarde de sexta no sinal fechado da
Marginal, gosto de vê-la assim, ao longe como quando está olhando com atenção o passo
de tantos que circulam pela Pinacoteca. Foi ela quem me apresentou a Folha, o Pacaembu,
a casa do Caetano, os bares mais escondidos da Vila Madalena, os desencontros da Sé sob
à Luz da estação. Alguma coisa acontece no meu coração, sempre quando te vejo
Sampaoli. No subterrâneo apertado da linha 3 do metrô e te vendo do terraço de algum
prédio entre os livros e os discos de um sebo qualquer, te amo! Mas, me perdoe, por em
momentos de alucinação, ver passar pelos meus olhos como que despercebida a lembrança
da saudade, saudade de Mariana de Cambuquira. Mais que isso, da Cambuquira de
Mariana. E das águas de Caxambu, das praças de Baependi, dos parques de São Lourenço
e da estrada escoltada por pés de café que me leva a Machado. Saudades é demais, das
minas de Minas e das montanhas Gerais.
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