LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
Criança não entende o que não se explica, e adultos só
entendem o que eles conseguem explicar
João Vitor Andrade
Viçosa / MG
Era um dia normal, desses de férias escolares e como sempre, estava
encarregado de tomar conta de meus sobrinhos.
Vale destacar que eles são bastante curiosos e sempre questionam todas as
coisas nos mínimos detalhes, confesso que acho bacana, me sinto muito
inteligente na presença deles, por vezes ouço um deles proferir a frase: “ré ti
Jão, você é mesmo inteligente”!
E ai, conversa vai, conversa vem, caímos na temática MORTE, a mesma me é
familiar, porém, sempre à evito, pois sinto que muitas pessoas não estão
preparadas, e sempre se esquivam ou encerram o diálogo. E tratando-se de
crianças, nunca iria sugerir dialogar sobre a temática, pois acredito ser um tema
delicado e bem complexo, sendo necessário uma vivência real, para uma melhor
compreensão.
Mas, nesse dia foi diferente, o gatilho do assunto era um suicídio que havia
acontecido em nossa pequena cidade, então os garotos começaram questionar! E
as perguntas mesmo que muito curtas e simples, me renderam um bom tempo
de explicação e didática.
1 . “Ti Jão, o que é suicídio?”
- É quando a pessoa se adianta e ao invés de esperar a morte chegar, ela vai
até a morte. Sabe, imagina vocês vindo da roça, vocês sabem que vai ter um
ônibus né, e que existe um horário para esse ônibus passar, mas só que vocês
estão com muita pressa e então pegam um taxi ou vem de carro, antes do
horário do ônibus.
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