LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
Cisto
Danilo Giroldo
Rio Grande/RS
Escravo dos meu sonhos.
Penso no caminho até aqui
e as lagrimas rolam,
brotam espontaneamente.
Choro lendo Kipling.
Gotas de decepção,
um liquido salgado e amargo.
O mesmo gosto
dos sonhos que derretem.
Sinto as marcas dos enganos.
As consequências da cegueira.
O impacto da vaidade,
disfarçada de esperança,
ocultando a realidade
que eu não queria ver,
e no fundo sempre soube.
A dor de sair corta a alma,
mas prevalece o instinto.
O mover inconsciente,
herdado de antepassados muito distantes.
Será que esponjas percebem e agem,
ao notar que correm risco de destruição?
Flagelados, coloniais ou não, agem com certeza.
É hora de encistar com os sonhos de volta ao peito.
Terríveis e vorazes copépodos se multiplicam.
Que a carapaça seja dura o suficiente,
e que a germinação produza um ser melhor.
Menos vaidoso e mais atento.
Mais coletivo e menos individualista.
E que perceba melhor, o ambiente que o cerca.
A última fase livre natante falhou miseravelmente.
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