Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 189

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 com as cores tradicionais (preto e azul-marinho), chegaram também as mais aberrantes matizes, tons e combinações. Isto, em tempos de new wave era um verdadeiro arraso! Por aqueles anos, estar fashion era usar uma camiseta pink fluorescente, uma calça amarelo-canário e um tênis verde-bandeira (eu usava...). Mas o fim estava próximo. Aos poucos, as grandes marcas estrangeiras (aquelas que custam caríssimo, embora sejam fabricadas na Ásia com mão-de- obra escrava...) foram chegando por aqui e tomando conta: tênis sem personalidade, sem história, sem passado e sem futuro e que te deixam na mão logo no primeiro uso. Sou de um tempo em que os tênis não tinham luzinhas, amortecedores, sistemas de impacto ou refrigeração, mas eram os nossos grandes companheiros de todas as horas. Ao contrário de hoje em dia, um tênis era um amigo verdadeiro: você não precisava ter muita grana para conquistá-lo. Nos bons e maus momentos ele estava lá te esperando, mesmo que você já tivesse lhe maltratado algumas vezes. Ele não te abandonava nunca! Mas não importa. Ninguém liga pra isso, mesmo. É só passado. E o passado é um Bamba velho que não nos serve mais... 186