LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
Cisne Negro
Caroline Cristina Pinto Souza
Botucatu/SP
Caída em desnorteio, lágrimas dispersas numa ensanguentada foz
Infinito tiroteio, engolida ao torturante compasso feroz
Sem qualquer amparo, corto as minhas opacas asas
Nociva, eu disparo – as expressões cuspidas em brasa.
Enfeitiçada num infame ardor, iludida por marital promessa
Negligente, amador, o cretino cupido regressa
Ecoo ganidos como lobo no solitário camarim
Guardo-me ao indefinido, orquestro silêncio fim.
Ressonante utopia, a face vazia
Oscilada e sombria... tão logo... minha última pena se desfia.
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