LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
Artista do Mês
Desenho: Márcio Apoca
Campo Mourão/PR
Amácio Mazzaropi
(cineasta e ator brasileiro)
(texto: Ana Rosenrot)
Amácio Mazzaropi, nasceu no dia 9 de abril de 1912, filho do imigrante italiano Bernardo
Mazzaropi e de Clara, filha de portugueses, em São Paulo, Capital, mudando-se aos dois anos de
idade para Taubaté, cidade do interior do Estado de São Paulo. Seu pai era um comerciante bem-
sucedido e Amácio teve uma infância sem problemas financeiros. Cercado pela arte caipira de seu
avô materno, exímio tocador de viola e dançarino, o menino descobriu cedo sua veia artística,
fazendo sucesso com declamações de poemas na escola e divertindo os amigos com os
personagens que interpretava; ele também tinha paixão pela vida circense.
Mesmo contra a vontade dos pais, aos 14 anos, Amácio larga os estudos e entra para a caravana
do Circo La Paz, onde faz de tudo: vende pirulito na entrada, atua como ajudante de Faquir e
conta anedotas nos intervalos. Mas a falta de dinheiro o faz retornar para a casa paterna, onde
seu pai lhe consegue um emprego na C.T.I. (Companhia Taubaté Industrial). O problema é que o
mundo artístico o chamava e em breve ele ingressaria ao Teatro. Durante a Revolução
Constitucionalista de 1932, Mazzaropi trabalhou no “Teatro do Soldado”, onde toda a renda era
revertida em beneficio das famílias dos soldados paulistas mortos durante a revolução. Em 1934,
montou o “Pavilhão Mazzaropi”, o primeiro circo “quadrado” do Brasil. Trabalhou também no Cine-
Teatro Oberdan, em São Paulo. Estreou na Rádio Tupi, em 1946, com o programa “Rancho
Alegre” e participou da inauguração da TV Tupi de São Paulo (1950), a primeira do país.
Seu primeiro filme “Sai da Frente”, de 1951, foi produzido pela Companhia Cinematográfica “Vera
Cruz” e em 1958, é lançado o filme “Chofer de Praça” pela Pam Filmes – Produção
Cinematográfica Amacio Mazzaropi –, que a partir de então, torna-se ator, diretor, produtor e
roteirista. Fazendo do caipira sua marca registrada e alcançando o topo das bilheterias com
comédias hilárias, nos anos 70, Amácio compra uma fazenda em Taubaté e cria os estúdios da
Pam Filmes, um dos maiores e bem-sucedidos estúdios do Brasil.
Seu famoso Jeca, engraçado e “corajoso” é aclamado pelo público, ignorado pelos intelectuais e
visto com desconfiança pelos políticos, que não gostavam dos temas críticos de suas obras.
Ao todo, Amácio Mazzaropi fez 33 filmes, arrecadou fortunas nas bilheterias e deixou um legado
importantíssimo na história do cinema nacional. Ele faleceu em 13 de junho de 1981, em São
Paulo, aos 69 anos de idade, de câncer na medula óssea. Ainda hoje, suas comédias estão entre
os filmes nacionais mais assistidos e continuam divertindo gerações.
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