LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
A Gente Enfrenta
Aline Eni - Guará
Brasília/DF
A minha alma chora Estão a viajar de avião
Mais um jovem se cortou Mais uma mulher foi morta
A minha alma chora Vítima do marido
Ela se ilude Ou companheiro
Pensa que isso vai acabar com sua dor Ou vítima da síndrome de Narciso.
Coração no peito implora Ela comeu
Um basta em tudo isso que a gente vê Depois se arrependeu
Mais um negro descriminado na escola A numeração não deu
Na rua pensam que é ladrão Respeite suas curvas
Ligando a TV posso ver Mais um idoso maltratado
Tem muito ladrão de terno No canto jogado
É tanto horror Deficientes e cadeirantes
Não tem para onde correr Foram votar
Vejo o protesto Não tinha rampa lá.
Mulheres nuas saindo para a rua Como no transporte publico
Bastava apenas despir o coração Nada funciona.
Toca mais o que se tem para dizer. Mais um morreu na fila do hospital
Mendigos pedindo esmola Erro médico.
Feito pobres tapetes surrados Aquela que era para dar amor
em nossas calçadas A sua criança espancou
Ao invés de ir à escola Até que seu choro se calou
Brincar e jogar bola Morte da esperança
Tem criança no sinal Ainda pequeno
Pedindo o pão Teve sua trajetória interrompida
Ao invés de investir Alguns impedidos de nascer
Em saúde e educação Não conheceram a vida
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