LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
Ultramarino
D. Kurebayashi
Aveiro/Portugal
(…)A sua casa tinha um aspeto rústico, a fachada era coberta por um
amável alpendre apoiado em pilares de pedra em granito onde, nele trepavam
flores lilases que pareciam querer espreitar pelas janelas do rés-do-chão e
primeiro andar. Subiu os três degraus e da sua mala tiracolo procurou as chaves
com os dedos molhados do suor. O som da porta abriu com a aragem fresca do
ar-condicionado a acariciar-lhe o rosto e os cabelos fê-la fechar os olhos com
deleite, observou a sua reconfortante sala de estar com saudade de se sentar no
sofá a ver filmes com o seu amado entre pipocas e beijos, ainda com este
pensamento levou o cesto de compras pelo corredor, sem reparar nas várias
molduras com fotografias do seu casamento, das suas viagens, dos seus pais, do
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