LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
Os caminhantes
Luís Amorim
Oeiras, Portugal
Alegres eles caminhavam por entre ditas piadas e imaginadas outras ainda
que não verbalizadas pelo menos no momento que de avanço era rumo ao
castelo, aos olhos deles visto como um saboroso eventualmente garantido de
sangue banquete. As humorísticas tiradas estariam adiadas para o interior
centenário de pedra feita construção acastelada, cada vez mais próximo quando
ansiosamente lá dentro estariam rodeados por gente outra e diversamente
numerosa de quentes veias, assim eles o desejavam com ardor de garganta
impaciente. Muitos eram os caminhantes de vampiresca estirpe que esfomeados
pela sua tradicional ementa venciam as íngremes dificuldades do terreno para
terem como reduzida de maior cada vez distância perante o de castelo
previsivelmente certo nocturno banquete. E eis que após força imensa no
caminhar, visível cansaço eles notavam no reciprocamente colectivo restando
como interrogação no premente da altura se ainda existiriam suficientes energias
para o prometedor degustar de sangue que os moveu rumo monte acima com
entrada de castelo já no então de altura os recebendo, inclusive com abertura de
gigantesco portão no comparativo à altura dos vampirescos seres feitos visitantes
inesperados, ou talvez não, pois com misterioso estender de acesso, até com
avermelhada vistosa na sua tonalidade, o tapete de notáveis dimensões,
naturalmente os cumprimentou e lhes acenou convite de abrangência colectiva
para não usarem de timidez eventualmente pensada como reveladora e
finalmente pudessem fazer uso de entrada que só poderia ser de natureza
triunfal. Apesar de algum desconfiar, os vampiros rodeados pela sua incontrolável
fome deram os seus ofegantes seres para o espaço receptivo imediatamente
ultrapassado perante o enorme salão que já no então avistavam, ainda que não
pela sua totalidade. Mesa de ceia no quase de perder à vista foi compensada
quando na sua extensa de vampira contagem vislumbraram que haveria
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