Revista LiteraLivre 15ª edição | Page 124

LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019 Maria Franciellen Santos Campos dos Goytacazes/RJ Quando Maria nasceu, já foi logo designada: Seria uma reles empregada Porque era negra e nasceu para lavar, passar e cozinhar para os ricos. Sua avó fora assim, sua mãe era assim... Ela seria assim também. Desde pequena, Maria aprendeu os afazeres de casa: Lavar, passar, cozinhar, arrumar, limpar... Seria como a sua mãe foi Uma empregada que mal sabia ler nem escrever. "Preto não aprende", dizia a mãe. Maria não ia a escola, trabalhava com a sua mãe Na casa dos ricos. Via os filhos dos patrões com seus livros em mãos. Não sabia o que era aquilo: "Mas, era bonito" Um dia escondida, Maria achou a biblioteca. Viu todos aqueles livros, mas não sabia ler. Mesmo assim, dedilhava aquelas páginas Via as figuras, as letras. Queria aprender a ler, mas não tinha condições. Não era rica. Por vezes ouvia as escondidas as aulas de um professor que dava aula aos ricos. Aos poucos aprendeu a ler, escrever. Queria mais! Já crescida, Maria procurou a escola. Aprendeu português, matemática, história, geografia... E um dia fez faculdade: Teatro e dança. Ficou famosa. E pôde dar uma vida melhor para a mãe. E quem diria... A pobre Maria passou a brilhar nos palcos e na televisão. 121