LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
Preces e promessas
São José do Rio Preto/SP
Nathália Hernandes
Enquanto cravava o punhal no peito adormecido do marido ela pensava em
todas as humilhações que ele lhe impusera pelo simples prazer de feri-la .
Em cada surra ela repetia baixinho: “Um dia eu vou te matar enquanto
você dorme”.
Agora que cumpria enfim a sua promessa se sentia muito melhor. O sangue
que esvaía do ferimento do monstro era até bonito, seria mais belo ainda, se não
pertencesse a ele.
Suas mãos delicadas de mulher descansavam no lençol púrpura do sangue
dele. Novamente em voz baixa, tão característica daquele ser feminino, ela
sussurrava uma prece: “não deixe que o espírito dele retorne para me
atormentar”.
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