LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
O sangue decora o chão
Violência na periferia é rotina “meu irmão”
Não há Estado
Não há segurança
Não há proteção
Há omissão
Ouve o canto do terreiro
Ouve o canto da igreja
Ouve o grito da vítima
Clamando em desespero
Na viela escura
No beco esguio
A figura na penumbra
Cai atingida por mais um tiro
Olha o tráfico
Olha a milícia
Olha o passo do trabalhador
Caindo, ao chão, outra vítima
Não há Estado
Não há segurança
Não há proteção
Há omissão
Há
Há
Há
Há
silêncio nos becos
medo nos moradores
um poder além do poder
resistência na periferia
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