Revista LiteraLivre 14ª edição | Page 9

LiteraLivre Vl. 3 - nº 14 – Mar./Abr. de 2019 voltou para a Europa, indo estudar na de vender câmeras e equipamentos, França. mas também para fins narrativos, Mas a vida de menina rica de Alice contando histórias. Então, ela duraria pouco: seu pai teve que decretar aproveitou que Gaumont passou a falência e pouco tempo depois, seu comercializar o Cinematógrafo e pediu irmão mais velho morre, o que termina a de destruir sua família, pois, seu pai, experimentos com a câmera, filmando desgastado pela crise financeira e com a cenas narrativas com atores. saúde abalada, logo veio a falecer, deixando os Guy na miséria. ele permissão para fazer Em 1896 (meses antes de George Méliés iniciar seus experimentos), Para poder sustentar à mãe e a si Alice Guy, aos 23 anos, lança o mesma, Alice formou-se em datilografia primeiro filme de ficção roteirizado: e estenografia, profissões em ascensão “La Fée Aux Choux” na época e em 1894, aos 21 anos, foi Repolho), trabalhar Léon baseado num conto infantil francês, Gaumont, na Comptoir Général de la sobre o nascimento dos bebês, que foi Photographie e quando a empresa faliu, muito bem-aceito pelo público. como secretária de um (A Fada do curta-metragem Gaumont adquiriu seu espólio, levando Alice para trabalhar com ele, ali nasceria a Gaumont Film Company. Em 1895, ela e Gaumont participam da primeira demonstração pública do “Cinematógrafo”, promovida pelos irmãos Lumière e ao assistir “La Sortie de l’usine Lumière à Lyon” (A Saída dos Operários da Fábrica Lumière) – um simples registro do cotidiano Impressionado com o resultado e dos vendo um grande potencial para a funcionários da fábrica Lumière –, Alice venda de câmeras, Gaumont criou um viu nessa demonstração mais do que a departamento de cinema narrativo, ideia de usar filmes para fins científicos, promovendo ou promocionais, somente com o intuito produção. Oficialmente, ela se tornava 6 Alice a chefe de