LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
“Quem não se iguala na Vida, se iguala na Morte”.
E segui tropeçando em tocos de velas brancas
E cacos de imagens de gesso multicores.
Vislumbro uma pequenina flor que insiste em nascer.
Irrompeu pela trinca do concreto e mostrou sua singela beleza.
Resistindo às intempéries do Tempo, a trôpegos pés
e às hábeis mãos do homem que cuida da limpeza.
Sigo a esmo, por frondosas árvores frutíferas e floridos ipês.
Ainda sem encontrar minhas respostas, paro sob uma sombra fresca.
Pássaros insistem em quebrar o silêncio, trinando canções fúnebres.
Continuo perdido em pensamentos...
Sento-me num velho e empoeirado banco de cimento.
Penso na Vida, penso na Morte: filhas do mesmo Pai.
Penso no momento presente, que é o Meio, pois:
A Vida é o Princípio e a Morte é o Fim.
De repente sinto-me leve, tão leve...
Então, saio do cemitério aliviado.
Ali compreendi o significado,
Do meu ‘eu’ a longo tempo aprisionado.
Ali entendi que a Morte é o ponto de partida,
para uma nova e redentora Vida, pois,
o Espírito...Ah, este é eterno!
Habitará novos corpos, na sua jornada incontida.
42