Revista LiteraLivre 13ª edição | Page 46

LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019 “Quem não se iguala na Vida, se iguala na Morte”. E segui tropeçando em tocos de velas brancas E cacos de imagens de gesso multicores. Vislumbro uma pequenina flor que insiste em nascer. Irrompeu pela trinca do concreto e mostrou sua singela beleza. Resistindo às intempéries do Tempo, a trôpegos pés e às hábeis mãos do homem que cuida da limpeza. Sigo a esmo, por frondosas árvores frutíferas e floridos ipês. Ainda sem encontrar minhas respostas, paro sob uma sombra fresca. Pássaros insistem em quebrar o silêncio, trinando canções fúnebres. Continuo perdido em pensamentos... Sento-me num velho e empoeirado banco de cimento. Penso na Vida, penso na Morte: filhas do mesmo Pai. Penso no momento presente, que é o Meio, pois: A Vida é o Princípio e a Morte é o Fim. De repente sinto-me leve, tão leve... Então, saio do cemitério aliviado. Ali compreendi o significado, Do meu ‘eu’ a longo tempo aprisionado. Ali entendi que a Morte é o ponto de partida, para uma nova e redentora Vida, pois, o Espírito...Ah, este é eterno! Habitará novos corpos, na sua jornada incontida. 42