Revista LiteraLivre 12ª edição | Page 90

LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018 um dos dois sugeriu que decidissem através de um sorteio, cujo resultado, qualquer que fosse, seria aceito sem quaisquer reservas pelo “perdedor”… E assim procederam. Escreveram o nome de cada país em dois pequenos papéis e estabeleceram como juiz o filho de ambos, de dez anos. O resultado apontou Renata como a “ganhadora”. E então, na época oportuna, viajaram ambos felizes, para Roma, onde visitaram todos os lugares turísticos existentes. E desta forma passaram a proceder sempre que algo especial precisava ser decidido e que suas posições fossem divergentes, o que os deixavam felizes qualquer que fosse o resultado apontado pelos sorteios. E assim o tempo foi passando. Mas o imponderável surge, algumas vezes, para mudar uma situação, qualquer que seja ela, boa ou mim. Apesar de toda a felicidade que deram ou ao outro, durante anos, chegou um dia em que decidiram se separar, não mais viverem juntos. E assim o fizeram. Já há três anos estão separados. Continuam amigos, até porque são pai e mãe de um filho maravilhoso. O que contribuiu exatamente para a separação nem eles o sabem, nem eles têm uma certeza. Talvez até por isso mesmo a amizade permaneça. E, curiosamente, nenhum deles se ligou a uma outra pessoa, a um outro relacionamento. É possível que, intimamente, não queiram conspurcar a felicíssima vida a dois que tiveram. É possível também que ainda exista, escondida lá em um minúsculo recôndito de suas mentes, uma pequenina esperança de que um dia possam reverter a situação atual, mas isto só o futuro dirá se esta realmente será a verdade de ambos... 84