Revista LiteraLivre 12ª edição | Page 34

LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018 Aspereza Carlos Jorge Azevedo Santa Marinha do Zêzere-Baião-Portugal Já nada me deslumbra Com constantes quebra-cabeças Saturei a beleza perfeita O expoente máximo do que é belo O constante requebro Não está nas linhas harmoniosas A voz de mel feita E nos cânticos que atraem e Os olhos que impelem ao mergulho desnorteiam Aprendi tarde demais, confesso, Está bastante mais acima Mas vale mais tarde que nunca Reside nas emoções que desencadeia Que o deslumbre não mora aí Na força da mensagem que irradia E mesmo o encantamento definha Até porque enfastia a monotonia A tela sem imperfeições De uma maravilha uniforme, pesada, Não é o melhor livro para aprender Já aquela que menos exuberante A formosura está numa certa aspereza Nos leva a refletir e criar Intervalada com enigmas Será sempre a escolhida, a mais Com desafios que há que vencer querida… 28