LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018
Aspereza
Carlos Jorge Azevedo
Santa Marinha do Zêzere-Baião-Portugal
Já nada me deslumbra Com constantes quebra-cabeças
Saturei a beleza perfeita O expoente máximo do que é belo
O constante requebro Não está nas linhas harmoniosas
A voz de mel feita E nos cânticos que atraem e
Os olhos que impelem ao mergulho desnorteiam
Aprendi tarde demais, confesso, Está bastante mais acima
Mas vale mais tarde que nunca Reside nas emoções que desencadeia
Que o deslumbre não mora aí Na força da mensagem que irradia
E mesmo o encantamento definha Até porque enfastia a monotonia
A tela sem imperfeições De uma maravilha uniforme, pesada,
Não é o melhor livro para aprender Já aquela que menos exuberante
A formosura está numa certa aspereza Nos leva a refletir e criar
Intervalada com enigmas Será sempre a escolhida, a mais
Com desafios que há que vencer querida…
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