LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018
Vida Areia
Francisco Guilherme
Santo André/SP
Um pequeno sopro move qualquer grão de areia no deserto,
move um barco de papel feito por mão de criança.
A vida é areia.
Não me iludo esperando dela outra coisa
que não seja incerteza ou brevidade.
Danço entre serpentes enquanto o céu
é vermelho antes do pôr do sol.
Nas tardes óbvias e tediosas,
longe das árvores (im)perfeitas que vislumbro da janela,
desejo o amor em sua forma mais inconsistente, afinal de contas
a vida é areia.
Areia espalhada em velhos móveis, em mim, sobre flores que voam no mesmo
sopro
que move qualquer grão de areia
ou barco feito por mão de criança.
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