Revista LiteraLivre 12ª edição | Page 102

LiteraLivre Vl. 2 - nº 12 – Nov./Dez. de 2018 Longe de minha amada Pedro Rabello B. Corrêa Lorena/SP Longe de minha amada, o mundo é-me intangível, E tudo diante de mim paira como espectros vazios. O tempo não flui, mas se arrasta, e meu coração, Meu indigente coração, é chafurdado na noite sem fim. Longe de minha amada, as lembranças me são agridoces; Recordações de momentos jubilosos, de experiências tocantes, Mas também de erros lamentáveis, de falhas irreparáveis. Longe de minha amada, lamento o que fiz ou deixei de fazer. Anseio pelo seu retorno, pelo seu corpo, toque e olhar. Palavras não me consolam e nada me satisfaz, pois só Minha amada é capaz de me exaurir Longe de minha amada, só resta-me o desolador silêncio De um coração que palpita sozinho, cansado e dilacerado, Cuja ternura se foi, e o amor se extinguiu. 96