LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018
Os relatos a seguir são meu vivo testemunho no ápice de minha dor como
epitáfio suprimido pela lápide onde enfim terei paz. Abandonem sua esperança
em Deus, apenas eles são estão aqui, apenas eles têm reivindicam a centelha
divina da esperança ainda que lhe sendo oposta, mas apenas caso eles gostem
de vocês.
Como arqueólogo minha maior amargura fora minha maior descoberta!
Pudesse eu oxalá tornar atrás no tempo e ter não encontrado aquele artefato que
prenunciou meu derradeiro fim. Foram nas regiões onde não por menos os
medos e terrores humanos circundam, onde um dia fora a Suméria. Aquele sítio
arqueológico o qual fui compelido a escavar sob os temores de tiros e mortes
apenas ecoavam o que estava por vir, e o qual o artefato fora como um convite
as dores e aflições do inferno onde não há portas que levem a paz, amor ou
verdade.
Pudera, o poder mais antigo do mundo, responsável pela fundação e
destruição de impérios e guardião de uma velha tradição remota os quais os
rumores são de servidão e medo num submundo, uma realidade oculta e atroz
aos olhos mortais que se o fintar nunca mais serão os mesmos!
Pai de Sodoma, pai de Babilônia, pai do iniquo, mesmo seu Criador em
horror lhe abandonaste, agora ai de nós presos nesse mundo com isto!
Ai minha dor e meu arrependimento, antes fosse cego e não me tornasse
parte do próprio labirinto infernal o qual me emaranhei. Oh mãe das
abominações inimagináveis pois esse poder é de imensurável mal que se liberto
arrebatará o mundo ao mesmo abismo em que fui tragado. Mas o que combate a
verdade, bondade, honestidade e integridade senão o mal?
Mesmo o Sol parecia se intimidar e não ousava tocar o ventre da terra o
qual penetrei, aquela estátua daquele ser o qual a figura me provocava arrepios.
Ai de mim por negar meus instintos ao chorar copiosamente de modo reverente
ao não seguir em frente.
O ser profano possuía quatro asas, mas na sua fronte lhe faltava um
terceiro olho. Gelou-me as entranhas ao observar padrões onipresentes em
outros mitos desse ser o qual chamam de muitos nomes em muitas épocas e
lugares, mas nenhuma verdade, pois ele sim é o pai de todas as ilusões. Tú
caíste do céu para apadrinhar todos os mais temerários pesadelos em oposição a
seu criador.
Em sua planta havia uma inscrição que como uma cripta prenunciava o
ancestral poder do mal onde lá residia que sob um selo os antigos sumérios
pretendiam impedi-lo. Agora saberia seu nome verdadeiro, Dor, pois amargura é
sua doutrina. A estátua não era tão grande, mas sim suas sombras do medo ante
as trêmulas luzes da incerteza que antecedia os mitos de dragões em cavernas.
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