Revista LiteraLivre 11ª Edição | Page 122

LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018 Dias se passaram e era claro a alegria estampada no rosto de Ana, seus olhos brilhantes e seu entusiasmo em retornar àquele jardim todos os dias. Alguns enfermeiros foram até lá para ver o que havia de tão especial que a deixava assim e só viram chão batido e vegetação seca. Por um momento pensaram que estava alucinando. Ana mal se continha, contando as horas para retornar ao jardim. O dia estava nublado, mas isto não era problema e o caminho para o jardim, a cada ida, parecia ficar cada vez mais fácil. Abriu o portão, passou pelos muros e lá estavam eles a esperando. Em um mundo colorido, com vales, flores e um sol radiante, seus amigos a esperavam. Da esquerda para a direita estava o valente castor Royroy, o charmoso e romântico coelho Sete Léguas e a enérgica guaxinim Xerife. Eles a aguardavam, pois viveriam uma nova aventura, e desta vez teriam que ir em busca do professor, o senhor Tortuga, uma tartaruga centenária e muito sábio. Esta busca seria bem longe dali e para isto iriam de balão que já os esperava, sob o comando de seu novo amigo, o porco espinho Alfinete. Ana já estava pronta para a nova aventura, afinal, neste mundo encantado ela só tinha doze anos, o que mais poderia querer. Ana se juntou aos seus amigos e subiram todos no balão deixando para trás aquele portão que a levava para outro mundo. A alguns metros dali, de uma das janelas, uma enfermeira observava a idosa entrando novamente pelos portões daquele jardim abandonado e se perguntando onde estava a graça naquele jardim morto. 116