LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018
As Noites de Janeiro
Charles Burck
Rio de Janeiro/RJ
Como cantarão em maio as noites de janeiro,
Sempre as mesmas perguntas nas brechas da vida, nos intervalos entre o
crepúsculo e o adormecer do dia,
Há um país de indefinidas fronteiras, uma casa à beira do estalar dos dedos,
Uma fina borda a desenhar outros mundos
Um prédio invadindo o céu e um terraço entre estrelas,
Uma única luz acesa no último andar, um farol de refúgio
Se essa luz permanecer acesa, tudo será para sempre,
Todas as noites, e um homem que escreve, a escreve eternamente
Será uma sombra escapada dos limites de si,
Definindo algum limite aos outros?
Quais outros?
Eu pergunto e ninguém responde,
Acho que estou sozinho.
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