LiteraLivre Vl. 2 - nº 11 – Set/Out. de 2018
Ninho
Carlos Jorge Azevedo
Santa Marinha do Zêzere
Baião- Portugal
Chora a mãe o seu menino querido
A natureza para e emudece
Na roda do tempo o quadro enaltece
Mundo gira a desoras aturdido.
Chora a triste mulher seu pequenote
E em tal pranto genuíno tanto encanto
Tanta emoção dispara com seu canto
No estremecer do entranhado filhote.
Lágrimas vertidas sangue em cachão
Sem torniquete que valha ou garrote
Sentimentos soltam-se em turbilhão.
Salvo o petiz enrosca-se no colo
Nos soluços da mãe beija-lhe a mão
Qual ninho tão macio em que se enrola.
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