mesmo, até mesmo Madre Teresa de Calcutá
(1910-1997) discute o assunto tentando reverter o
olhar da massa diante do infectado:
‘‘
A maior doença hoje em dia não é a lepra
ou a tuberculose, mas a sensação de não
ser aceito, de não ser amado ou de ser
abandonado por todos.
’’
arquitetônico, urbano e social. Porém em meados
de 1930 dentro do território ituano, desponta um
novo conceito em colônia-asilo, seria esta
vanguardista e inédita nas proporções e condições
a serem descritas, o Hospital Dr. Francisco Ribeiro
Arantes, que também recebe o nome de Hospital
do Pirapitingui e popularmente na região é
identificado como Leprosário do Pira, é fundado e
passa a ser referência em todo país, local
imprescindível para toda e qualquer pessoa
afetada a partir de então.
Retrato da verdadeira situação intramuros nos
locais de tratamento da doença.
Fonte: Projeto Pirapitingui. Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/iz_YBa82TmA/Td6RjL4Yg0I/AAAAAAAAAAQ/9ETFT8AB3tU/s1600/doentes_enfermaria_1
945.jpg
Rua com residências na Colônia-Asilo do
Hospital do Pirapitingui
Fonte: Notícias Espíritas. Disponível em:
http://www.noticiasespiritas.com.br/2012/JULHO/12-07-2012_arquivos/image030.jpg
As descobertas do cientista Armauer Hansen em
1873 foram de grande valia, mas isso décadas
depois, pois na época os escritos de Hansen não
tiveram significância e a segregação persistia. No
Brasil, até 1962 os contaminados perdiam todo e
qualquer valor como cidadão, eram excluídos de
suas comunidades, tinham seus pertences
queimados e nada mais lhes garantia o direito à
vida, esta era a política emergencial adotada
como tentativa de garantir a ordem sob território
nacional.
Diante destes fatos edificam-se os locais
destinados aos debilitados, vistos como
condenados e propagadores de sua desgraça.
Identificadas como instalações prediais ao modo
dos complexos psiquiátricos, conhecidos como
sanatórios, com alas, capela, refeitório e outras
características projetais comuns nas construções
hospitalares, essas construções de nada se
sobressaiam perante as outras no âmbito
Apresentando estrutura própria de cidade,
incluindo em suas dependências residências
individuais, ruas, abastecimento de água e
energia, capela, cemitério, posto policial, escola,
posto médico e refeitório, além de uma
organização onde paciente se desdobrava em
funcionário, assumindo assim um compromisso
coletivo entre os moradores da colônia, estes
recebiam mantimentos periódicos do governo e
eram sujeitos a um cativeiro hospitalar, onde
questiona-se hoje se a máscara de cidade não era
uma maneira encontrada de isolar ludicamente a
população que lá necessitava manter-se
instalado, ou seja, percebe-se a arquitetura como
ferramenta de aceitação e manipulação social.
Em busca da garantia de afastamento da parcela
de munícipes sadios, a instituição foi elevada em
um ambiente recuado, a quilômetros de distância
do perímetro habitado de Itu, percebe-se até
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