A vida urbana é atraente para quem assiste do alto dos prédios, e no passeio de carro; com vidros fechados e ar-condicionado. Adultos e jovens se interessam por ela. Se apaixonam por ela. Gozam de um dia bonito no parque, saciam-se em bares, se arriscam nas noites.
Existem também aqueles que não enxergam a vida urbana com tamanha paixão. Estão de certa forma, presos, reféns da estrutura opressora. São essas pessoas, jovens em geral, que tiveram o infortúnio de uma situação de vulnerabilidade.
São pessoas que não têm o teto e o conforto de um condomínio para decidir qual das opções no leque de possibilidades que a vida boa oferece. Estão sujeitos à uma só escolha: sobreviver. Pessoas que estão presas nas ruas, e que seu subterfúgio são os piores frutos do mal e do perigo.
Marginais julgados pela sociedade omissa. Esta sociedade, sente-se ameaçada por aqueles, que infelizmente, recorrem ao extremo: roubo, tráfico, prostituição, violência e aborto. Apontam uma solução: redução da maioridade penal. Acreditam que o índice de criminalidade está limitado a certas faixas etárias, e que as punições são mais eficazes.
O sistema está preparado para tal mudança? Sobretudo os jovens, serão eles os tais frutos do meio? Não tapemos o sol com a peneira. A solução está além do encarceramento de uma juventude inteira. É difícil crer na reversão e no resgate daqueles que estão sujeitos à vulnerabilidade, porém, instituições que caminham além do filantropismo, e do simples bem estar material, têm motivos de sobra para crer que a vida não poderá se perder desta forma.
Esta edição pretende elucidar e enaltecer o trabalho de pessoas que abdicam de seus compromissos fáceis com o mundo para ajudar as pessoas que estão numa situação de vulnerabilidade social.
A SOCIEDADE DESPREPARADA