Revista Febase 87 - Novembro 2018 Febase-87-Pag-a-pag-versão-gráfica-9-11-18 | Page 7
SINDICATO NACIONAL
O estado a que chegámos
Os trabalhadores aguardam pela
constituição de um grande sindicato
Texto | Delmiro Carreira
O
s sócios dos Sindicatos que fazem parte da FEBASE –
Federação da Banca e Seguros vão ser chamados a
pronunciar-se sobre a constituição de um novo sin-
dicato de âmbito geográfico alargado a todo o território na-
cional e que possa também abranger trabalhadores da área
da consultadoria e das tecnologias de informação.
Estas questões (âmbito geográfico e profissional) são as
únicas em que parece existir consenso nas perguntas, em
tudo o mais, como se pode constatar nas páginas desta re-
vista, subsistem dúvidas, perguntas sobre as quais não exis-
tem respostas (isto na opinião de alguns), receios quanto
às consequências do desaparecimento dos sindicatos tra-
dicionais, etc..
No fundo, é a nossa “costela conservadora” a chamar-nos
ao debate sobre se tudo foi bem feito, se não deveríamos
ter aprofundado a discussão sobre aspetos que alguns con-
sideram fundamentais e que são relativizados por outros
e, por fim, entre outras tantas dúvidas se a nova organiza-
ção tornaria a ação sindical mais forte, mais consequente
e por isso mesmo mais eficaz na defesa dos interesses dos
associados.
O autor destas linhas (que bem gostaria de emitir opinião
sobre muitas das dúvidas suscitadas nas páginas deste nú-
mero, mas que entende não o fazer em cumprimento de
princípios de neutralidade que tem obrigação de respeitar
e obedecer) fez parte como coordenador, em representação
do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, da Comissão que
elaborou um projeto de estatutos concebido desde o seu
início para uma nova organização sindical onde teriam lugar
os cinco Sindicatos da FEBASE.
Em dado momento das discussões colocou-se a dúvida
sobre o que fazer se algum dos Sindicatos não obtivesse “luz
verde” dos seus órgãos competentes para integrar o sindi-
cato nacional. Questionadas as Direções, a resposta de cada
uma delas, ainda que com “nuances”, apontou claramente
para que o processo devia seguir o seu caminho com as or-
ganizações da FEBASE que estivessem mandatadas.
Porém, porque foi esse o entendimento da Comissão, o
projeto de estatutos continuou a ser elaborado no pres-
suposto de que todos os Sindicatos representados na
Comissão fariam parte do novo sindicato.
Como é óbvio, tal facto tem consequências ao nível, por
exemplo, da composição dos corpos gerentes. Previa-se
que, numa primeira fase, integrassem os novos corpos ge-
rentes todos os atuais membros dos órgãos corresponden-
tes dos Sindicatos fusionados. Tal solução permitia manter
em funções os eleitos nas assembleias de cada Sindicato e,
decorridos seis meses, organizar eleições para novos órgãos,
já com a composição definida para o futuro próximo, bem
mais reduzida que a totalidade dos membros dos atuais di-
rigentes – e operando-se, assim, uma acentuada redução de
dirigentes, como era reclamado por todos os intervenientes.
Parece que tal solução terá “poucas pernas para andar”, o
que obrigará a rever o projeto de estatutos construído para
um sindicato novo a pensar na fusão dos cindo existentes
na FEBASE.
A palavra cabe às Direções de cada um dos Sindicatos.
Os trabalhadores, acredito que a grande maioria, aguar-
dam pela constituição de um grande sindicato como o que
já existiu e cujo cabeçalho do seu boletim aqui reproduzi-
mos. w
FEBASE | novembro | 2018 – 7