Revista Estudantes de Flauta Edição 1 Edição II(clone) | Page 6

4 Estudantes de Fauta/Abril 2020

UMA CONVERSA COM Cláudia Ribeiro do nascimento

Qual foi sua motivação para estudar música e por que a escolha pela flauta?

Não tenho músicos em casa, mas meu pai sempre gostou muito. Desde pequena colocava no meu berço um radinho tocando musica classica. Com uns 2 ou 3 anos. Ao lado do trabalho da minha mãe tinha uma escola de musica, ela me matriculou lá para fazer musicalização enquanto trabalhava, fiz aulas de piano e bandinha ritmica, com certeza foi onde tudo começou, com a Tia Malu. Escolhi a flauta mais tarde pq vi na tv uma moça tocando com um cantor popular, me encantei com o som, queria muito estudar. Eu tinha 9 anos, mas meus pais não sabiam como fazer, encontrar professor, comprar o instrumento etc.

Encontramos uma outra escola de musica perto de casa, onde fomos pedir informação, segundo a escola como eu era muito pequena deveria começar com a flauta doce, meus pais me explicaram e eu aceitei. Estudei durante uns 3 anos. Nesse periodo toquei e desenvolvi bastante na igreja onde fazia parte. Mas o que eu queria mesmo era a flauta transversal. Depois de um tempo meus pais conseguiram se organizar para me dar uma flauta, quanta alegria eu senti! Então havia outra dificuldade, onde estudar. Não tinhamos conhecimento nenhum, perguntavámos para as pessoas sobre alguém ou alguma escola de musica.

Descobrimos então uma vizinha, fiz algumas aulas com ela e logo encontrei a Márcia, aluna da Unesp e do Saghaard, que mais tarde, sem eu saber, viria a ser meu grande mestre. Estudei um tempo e logo ela me orientou a procurar a Escola Municipal de Musica, na qual nunca tinha ouvido falar. Então fiz a inscrição, ela me preparou para a prova, posteriormente fui aprovada para ser aluna do Saghaard e dali em diante tive a certeza do que queria fazer para o resto da minha vida.

Conte-nos sobre a sua trajetória.

Estudei na EMM e quando chegou a época do vestibular já tinha certeza do que queria, ser flautista. Entrei na UNESP onde estudei com o Saghaard e isso me fez ter certeza de qual escola eu gostaria de seguir, a escola francesa de flauta. Aquela sonoridade era o que tinha me feito escolher a flauta desde o inicio. Ouvindo desde muito cedo as historias do Saghaard, fui alimentando um desejo de me aperfeicçoar na França, o berço daquela escola que tanto me atraia.

Terminei meu bacharelado e fui procurar professores e escolas onde eu poderia continuar meus estudos. Com a ajuda de muitos professores, nos festivais e na universidade, entrei em contato com alguns deles e fui para Europa conhecê-los.

Então eu precisava encontrar uma maneira de me sustentar na França, que era muito caro. Eu tinha duas opções, Vitae, que era uma fundação que concedia bolsas de estudos na época, e o Festival de Campos do Jordão. Não ganhei a bolsa no festival, mas na época, eles davam para quem ganhava em primeiro lugar, cartas de recomendação, e foi com essa carta que me fiz a inscrição para concorrer a bolsa da Vitae e ganhei. Fui para a França, estudar com Philippe Pierlot, estudei por 3 anos na classe dele, dois anos com a Bolsa da Vitae e mais 1 ano com o salário de uma escola de musica onde ministrava aulas. Morei mais 1 ano na França na classe do prof Frédéric Chatoux, foram anos de muito apredizando e realizações.

Quais foram seus principais mestres na Flauta?

O primeiro deles com certeza foi o Saghaard, que me apresentou as belezas da sonoridade da escola francesa. Na França fui aluna de Philippe Pierlot, Michel Moraguès e Frédéric Chatoux. Tenho muito carinho e gratidão por ter sido aluna deles.

Conte-nos sobre a sua experiência como flautista solista na OSESP?

Ser hoje a flautista da OSESP é em primeiro lugar a realização de um sonho. Hoje ocupo a cadeira do meu grande professor, é uma emoção e uma responsabilidade muito grande. Não é facil, muita dedicação, cansaço, renúncias, medo, mas agradeço todos os dias por estar lá, fazendo o que eu mais amo, levar a música e paz para as pessoas que irão nos assistir.

Quais são as suas peças/concertos favoritos?

complexa. Mozart flauta e harpa, gênio. Villa lobos Bachianas 6 flauta e fagote, uma das maravilhas da nossa música, e tantas outras...