Revista ESFA 15ª Edição - ESFA É NOTÍCIA | Page 84

Encontro dos Movimentos Populares em diálogo com o Papa Francisco reúne brasileiros em Mariana-MG .

Prof . Andrei Thomaz Costa Oss-Emer Fundamental I e II – Ensino Religioso
O terceiro encontro dos Movimentos Populares em diálogo com o Papa Francisco teve par cipação exclusivamente brasileira , e ao contrário dos anteriores , não recebeu a visita do Papa Francisco , mas uma carta do Cardeal Peter Turkson , Cardeal responsável pelo diálogo com os Movimentos Populares do mundo . O diálogo oficial do Va cano com os Movimentos Populares é uma novidade na história e uma contribuição do Papa Francisco , bem como da Teologia da Libertação , na América La na .
Ventos novos sopram na Igreja Católica Apostólica Romana , desde a eleição do novo Sumo Pon fice . O novo eleito , cardeal Jorge Mario Bergoglio , de Buenos Aires , escolheu o nome de Francisco , denominação que nenhum outro papa havia escolhido até então . Nome bastante ousado , pois remete à paradigmá ca figura de São Francisco de Assis , um ser humano a frente do seu tempo , que soube ver em todas as criaturas do universo , os ves gios do Criador : o Al ssimo , Onipotente e Bom Senhor . Pela primeira vez na história da Igreja , um la no-americano sentase no trono de São Pedro , e apresenta o nome de São Francisco , como o nome de um Papa , que se denomina “ Bispo de Roma ”. Um homem que vem “ do fim do mundo “, como ele mesmo pronunciou no dia de sua eleição e que ao mesmo tempo conserva em si a ancestralidade italiana , trazida pelos antepassados imigrantes do velho con nente . Homem de uma trajetória de vida inserida em meio aos “ preferidos ” do Senhor , os catadores de papel , camponeses , camponeses sem-terra , povos tradicionais , refugiados , trabalhadores e trabalhadoras do mundo .
O Papa Francisco tem sido uma forte representação para os países do terceiro mundo , historicamente subalternos no processo de formação do contexto global . Assim como o Brasil , a Argen na faz parte das an gas colônias da Europa , e por ser la no-americano , o Papa conhece muito das realidades periféricas do planeta e o clamor dos pobres que con nuam lutando por jus ça social . Nesse contexto , Francisco não tem hesitado em apontar o erro central da única crise que assola a humanidade , uma crise do capitalismo . Tal crise maltrata os pobres do mundo , incen va o consumo e ao mesmo tempo o descarte . De tal forma , a con nuar formando as mazelas de empobrecidos nas periferias sicas e existenciais da humanidade . Imbuído pela sede de dialogar com os pobres do mundo , sem os quais as mudanças socioambientais planetárias são impossíveis , no primeiro ano de sua missão como Bispo de Roma , o Papa entrou em contato com amigos seus das organizações sindicais que conhecia na Argen na , dentre eles um representante dos catadores de papel , que conhecera tomando mate nas ruas de Buenos Aires . Em seguida convocou , no ano de 2014 , no Va cano , os representantes dos movimentos populares do mundo , para iniciar um diálogo . A vontade do Papa é fortalecer o vínculo entre esses movimentos populares , para que em rede de solidariedade vençam as barreiras e jamais retrocedam .

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