Revista Educar FCE EDUCAR FCE 6ED VOL1 - 23-06-207 | Page 99

indivíduos” (Solms, 2008). seja, de fazer seu amado Para Solms (2008), Contextualizando feliz. O autor ainda destaca em „Rapunzel”, o príncipe com a realidade atual e de que muitas mulheres não não desiste de sua amada acordo com a dissertação do seguem a sua vida por si só, e luta por resgatá-la da autor acima, esses contos de alimentadas por sonhos como torre e está estória quando fadas com finais felizes, ficam o do “sapatinho de cristal, dialogada com a vida real, gravados no subconsciente fada madrinha e abóbora pode ser encarada como das crianças. As meninas encantada”. uma das poucas histórias criam sonhos com um No conto de a príncipe encantado, aquele Cinderela, o príncipe aceita homem que na realidade uma mulher humilde e a pede Para a Knoch (2008), é muito diferente de suas em casamento, sendo no final, podem ser analisadas expectativas. depois de tantos obstáculos, importâncias mais profundas felizes para sempre. em contos que acabam de Nesta linha de que terminam em uma vida matrimonial feliz. raciocínio, muitas jovens Já para a congressista modo „infeliz” como as do mulheres, criam ilusões de e autora, Lindre Knoch, o final dinamarquês Hans Christian que obrigatoriamente seu feliz foi fruto de um trabalho Andersen, que foram homem deve fazê-la feliz, e duro e bem feito por parte modificadas para adaptações acaba esquecendo que tem daquele (a) que busca o seu cinematográficas. está obrigação também, ou amor e felicidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que por meio de uma abordagem Para o professor de os contos de fadas nos histórica atestam diferentes Educação Infantil, contá-los permitirão, como fontes, momentos, que dentro da à suas crianças é pensar e entender contextos sociais e “irrealidade” mostravam os planejar este momento de perceber que são instrumentos dilemas existenciais, próprios acordo com o PCN de História importantíssimos para o da vida “real”. Como no ciclo para o Ensino Fundamental, desenvolvimento da criança e da cinderela, confirmando propondo para elas que reelaboração de suas fantasias, os problemas cotidianos dos histórias individuais não se encontrando soluções para camponeses da sociedade separam de histórias coletivas, seus desafios cotidianos. Eles do antigo regime. alteridade e pensar também ABRIL | 2017 99