Revista Educar FCE EDUCAR FCE 6ED VOL1 - 23-06-207 | Page 45

ter tomado ciência de algum tipo de violência em escola e os casos mais comuns são agressão verbal ( 96 %), atos de vandalismo ( 88,5 %), agressão física ( 82 %) e furtos ( 76,4 %).”
( APEOESP , extraído em 28 / 12 / 2013 disponível em : http :// www . apeoesp . org . br / publicacoes / observatorio-daviolencia / pesquisa-apontaviolencia-escolar /)
O fato da conduta criminal ou desviante existir nos ambientes que deveriam atuar como transformadores e preparadores sociais cria um estigma ao estabelecer relações entre os indivíduos pertencentes à sociedade e segmentados nela , mesmo por fazer-se parte de um padrão instituído , dotado de um modelo constituído onde se anulam as peculiaridades sócio educacionais vitimadas pelo meio . Já que a cultura externa caracteriza ações da cultura interna , as punições também serão do mesmo modo aplicadas com a intenção de controlar e docilizar os corpos ( FOUCAULT , 2012 ).
. Características periféricas chamam a atenção por serem vistas como nocivas ao desenvolvimento harmônico das pessoas , sendo assim , é comum criarem classes e subclasses , separando-as com muros , seguranças ou cordões de isolamento , também por meio de instituições que detém o monopólio legal da violência ( WEBER , 1997 ), tal como também por rótulos que agem como verdadeiras marcas pessoais . Como dissemos , as estruturas se fundem e se confundem no imaginário dos adolescentes que estão dentro do ambiente de ensino , muitas vezes uma roupa , um celular ou um tênis é visto como mecanismo de autoafirmação na escola , onde o detentor desses bens goza de um “ status ” maior perante os demais daquele grupo . As diferenças econômicas são levadas para dentro do ambiente de ensino , pois são reflexos das estruturas exteriores .
É fato que um carro importado é muito mais que apenas um carro , diga-se que no imaginário cultural de uma sociedade do consumo , um carro desse tipo seria uma forma de distinção entre as pessoas , um abismo que separa os iguais e os diferencia com o intuito de preencher uma lacuna criada pelos próprios indivíduos . Entre esse abismo serão criadas pontes para que esses indivíduos possam se reaproximar uns dos outros , então alguns terão o privilégio de obter um padrão social – que será medido de acordo com suas posses – acumulando bens em detrimento de outros que não poderão os acompanhar .
“(...) O critério utilizado no Brasil para verificar tal potencial tem sido o acesso e número de bens duráveis ( TV , rádio , lava roupa , geladeira e freezer , vídeo cassete ou DVD ) banheiros , empregada doméstica e nível de instrução do chefe de família .” ( Wladimir Pomar , Debatendo classes e luta de classes no Brasil . in Classes sociais no Brasil de
ABRIL | 2017
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