Mikael Omik
Fotos: Reprodução do instagram
Dadas as muitas manifestações artísticas presentes
na capital do país, é possível denominá-la como o lu-
gar onde a arte se encontra. É natural encontrar pelas
ruas e parques desta metrópole, diversificadas exposi-
ções de arte em estilos e formas distintas, esbanjando
assim o que sempre caracterizou o Distrito federal,
isto é, o multiculturalismo, devido as migrações inter-
nas vindas de todas as regiões dos territórios nacio-
nais. Dentre estas artes, está o graffiti, o qual, tal como
em muitas cidades do país, é facilmente encontrado
em qualquer esquina, em qualquer região da cidade,
seja central ou administrativa. Tais obras urbanas são
construídas por inúmeras pessoas, cada uma delas
sendo dona de visões, princípios e culturas distintas,
contribuindo ainda mais para a formação de Brasília
aonde todas as culturas do país se mesclam.
Mikael Omik, por exemplo, é um jovem artista do ramo
do graffiti, nascido em Brasília, com suas obras sendo
apresentadas em muitos polos desta cidade.
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DUAS ASAS Brasília, segunda-feira, 10 de junho de 2019
Aos 24 anos de idade, Mikael, diz ter prossegui-
do com a ideia de ilustrar em paredes após ter visto
outro artista no ato, e, se utilizando de alguns pin-
céis e tinta de parede, começou também a ilustrar.
O interesse no assunto veio através de revistas de
edições mensais que abordavam o tema. Seu sonho
era um dia ter um trabalho interessante o bastante
para ser publicado em uma dessas peças gráficas. E
em relação aos desenhos, Omik teve interesse mais
cedo, aos 6 anos de idade, mais precisamente falan-
do, reproduzindo “A Turma da Mônica” de Maurício
de Souza. Desde então, o jovem percebeu que tudo
voltado à parte gráfica lhe atraía.
Apesar de suas obras serem, bem como toda arte, re-
presentações e expressões de suas perspectivas do mundo,
Mikael pode atestar que em seu trabalho, ao longo dos
anos, teve que enfrentar diversas dificuldades e obstáculos.
“Abrir mão de ir para algum lugar que queria, com-
prar algo que tivesse vontade, em prol de conseguir
comprar um material para poder manter o trabalho
vivo na rua.” foram algumas das dificuldades. Além
disso, o artista diz ter que enfrentar ações policiais em
determinadas ocasiões. Mikael justifica isso pela falta
de instrução que os agentes poderiam ter em relação
aos seus trabalhos de rua. Ele frisa também a dificul-
dade em tornar sua profissão realmente rentável como
forma de vida, devido ao tempo que a sua consolida-
ção pode levar a ocorrer.
Faz parte do processo criativo de Mikael, a captação de
tudo já vivido por ele, sempre se adaptando conforme a
superfície e objetivo, destacando que: ele nem sempre sabe
qual será o resultado final de seu trabalho quando há uma
ausência na cobrança de brienfing do que vai ser trabalhado.
Para Mikael, suas melhores referências são as mais
simples e encontradas em locais inimagináveis, que
estão espalhadas por todos os lugares.
- “Sou composto por uma série de situações das
quais me permitem ter o processo que tenho hoje,
cada trabalho se torna único para cada superfície que
ele habita, hoje não tenho mais limitações a ferramen-
tas, se vejo possibilidades, eu as faço.”
As cores são algo bem marcantes em seu trabalho, e Mi-
kael relaciona isto por conta das vastas inspirações e refe-
rências que absorve em sua volta, acreditando que somos
formados através de todo esse contato e vivência. O artista
também ressalta sobre todas as referências marcantes que
o Brasil oferece, seja sua vegetação, flora, cultura e até mes-
mo o céu, dando ênfase ao céu de Brasília. E a partir disso,
são trabalhados pontos de vista pessoais para desenvolver
o trabalho e composição.
Para Omik, seu estilo não é algo definido, pois
experimenta de tudo com a intenção de desenvolver
e aprimorar suas técnicas obtendo novas possibili-
dades. E acredita que “tudo aquilo em que haja prá-
tica e dedicação é permitido degraus estabelecidos.”
Sendo para Mikael, Deus a sua maior referência
para agregação de seu trabalho.
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